terça-feira, 2 de junho de 2009

O tecido ósseo é um tipo especial de tecido conjuntivo, pois ele guarda as características gerais: possui células separadas por uma matriz, só que agora adquire um componente mineralizado fazendo com que o tecido fique endurecido.
O cálcio é um importante íon do organismo, com funções metabólicas da célula como exemplo, a contração muscular ligando a troponina; processo de exocitose pela célula depende do íon cálcio; no plasma sanguíneo obtido através da alimentação (leite, soja, ovos, verduras). Toda vez que se ingere cálcio fica disponível no plasma e se a quantidade for grande ele é mobilizado e depositado no osso. Já se tiver uma queda na quantidade de cálcio disponível, é do osso que se é mobilizado com o intuito de manter a concentração plasmática.
Sua a função é da sustentação, proteção dos órgãos, movimento, contração muscular, além de funcionar como depósito de cálcio e outros íons armazenando e liberando-os de maneira controlada.
A presença da matriz mineralizada torna o tecido ósseo difícil de ser cortadono micrótomo. Assim tem que usar técnicas especiais para seu estudo, descalcificação e a técnica de desgaste.
• Descalcificação: após fixação (estrutura orgânica), o cristal de hidróxido de cálcio ou substância de hidroxiapatita se desestabiliza quando o meio está ácido, então coloca-se em substância de formaldeído ou glutaraldeído que são fixadores histológicos normais, depois o coloca-se em uma substância ácida EDTA (acido etileno-diamino-tetracético) em que o acido desestabiliza o cristal quebrando-o. Assim o cristal é removido fanzendo com que o osso fique mole, flexível. Nessa técnica de estudo, vemos apenas o componente orgânico e as células do osso.
• Desgaste: (estrutura mineralizada) depois que o osso foi fixado, com uma lixa vai desgastando o osso até restar uma fina fatia de osso que então colocamos na lamina. Essa técnica de estudo não preserva as células, mais permite um estudo minucioso da matriz inorgânica, mineralizada com suas lacunas canalículos.
Esse tecido possui três tipos de células que são os osteoblastos, osteócitos e osteoclatos.

Osteócitos

Se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz. Cada lacuna contém apenas um osteócito. Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem contactos através de junções comunicantes, por onde podem passar pequenas moléculas e íons de um osteócito para outro.
Os osteócitos são células achatadas, com forma de amêndoa, que exibem pequena quantidade de retículo endoplasmático rugoso (RER), pequeno Aparelho de Golgi e núcleo condensado característico de célula inativa, porém são importantes na manutenção da matriz óssea.

Osteoblastos

São produtoras da parte orgânica da matriz, situando-se sempre nas superfícies ósseas. Quando em intensa atividade sintética são cubóides com citoplasma basófilo, porém, quando em pouca atividade sintética tornam-se achatadas e a basofilia citoplasmática diminui. Assim como o condroblasto na cartilagem, o osteoblasto pode vim a ficar preso na matriz com a produção de matriz por outros osteoblastos e a partir daí vira um osteócito, sendo que sua função de produção de matriz passa a ser apenas de manutenção. Contribui na mineralização da parte inorgânica, faz com que o cálcio se associe ao fosfato pra produção do mineral. A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que não está ainda calcificada, recebe o nome de osteóide.

Osteoclasto

Este não é uma célula específica do tecido ósseo. O osteoclasto é formado pela fusão de vários macrófagos que é uma célula produzida no sangue tendo como função, fagocitose. O macrófago quando encontra um antígeno “grande”, se funde um aos outros formando uma célula gigante multinucleada, o osteoclasto. Nas áreas de reabsorção do tecido ósseo encontram-se porções dilatas dos osteoclastos, colocados em depressões da matriz escavadas pela sua atividade, conhecidas como Lacunas de Howship.
A atividade dos osteoclastos é coordenada por citosinas (proteínas) e por hormônios como calcitonina (hormônio produzido pela glândula tireóide), e paratormônio (hormônio produzido por glândulas paratireóides).
O osteoclasto tem a função de fagocitose no tecido ósseo porque, apesar de rígido, esse é um dos tecidos que mais tem capacidade de ser moldado.
Então, tem a produção de tecido ósseo pelo osteoblasto e sua remodelação pelo osteoclasto, enquanto uma célula retira matriz a outra produz. O osso sendo a maior fonte de cálcio do organismo, sempre estará em uma constante renovação, se ingere muito cálcio o osteoblasto produz osso para segurar esse cálcio, se caso ingere pouco o osteoclasto remove esse osso para liberar cálcio.
Se ocorrer mais reabsorção que deposição de matriz óssea pode constituir um estado patológico, por exemplo, a osteoporose.
No caso da osteoporose, por ação hormonal, o osteoclasto fagocita mais, tendo assim um osso fraco com a tendência de se fraturar sendo. Isso pode ser evitado regulando a questão hormonal quando estiver na menopausa por exemplo, exercício físico, alimentação.
Com o excesso de cálcio pode ocorrer a osteopetrose, bloquando os canais que carregam vasos e nervos podendo matar as células ósseas

O osso da mesma forma que a cartilagem é revestido por um tecido conjuntivo denso modelado chamado periósteo que aparece na região externa do osso, na parte de diáfise.
O periósteo possui na sua parte mais profunda em contato com o osso, células que produziram a matriz óssea e estão em fase de secreção chamadas de osteoblasto. Internamente revestindo o canal medular bem como trabéculas ósseas, canais de havers que carregam vasos sanguíneos e nervos. Sua porção mais profunda é constituída por células osteogênicas, sendo então as células que vai originar o osteoblasto.
Internamente os osteoblastos não estão revestidos pelo periósteo (TCDM), pois nesse caso só tem células e o conjuntos desses osteoblastos na parte interna do osso é chamado de endósteo. Endósteo é constituído por uma camada de células osteogênicas.
As principais funções do endósteo e do periósteo são a nutrição do tecido ósseo e o fornecimento de novos osteoblastos para o crescimento e a recuperação do osso.
Macroscopicamente temos 3 tipos de ósseos: longo, curto e chato. O osso longo possui uma diáfise que é a parte cilinrica e as extremidades que são chamadas epífise e esses são classificados em osso compacto e esponjoso. Histologicamente, vemos que as cavidades do tecido ósseo compacto e esponjoso tem a mesma estrutura, e por isso são classificados quanto a matriz óssea (orgânica e inorgânica), quanto ao desenvolvimento (primário e secundário) e pelo tipo de ossificação (endocondral ou intramembranosa).
A matriz do osso é uma matriz mineralizada (dura) e por isso não tem como ter difusão através da matriz. Os osteócitos possuem prolongamento que estão conectados e estão ao redor dos canais de havers que carregam vasos e nervos. Pelo corte do osso transversal percebe-se uma rede interna, os canalículos ósseo que são perfurações que permite a difusão de nutrientes possibilitando a nutrição dos osteócitos que estão mais distantes dos vasos sanguíneos.

MATRIZ ÓSSEA
A parte inorgânica representa cerca de 50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cálcio. O cálcio e o fósforo formam cristais de hidroxiapatita. A parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas (95%) constituídas de colágeno do tipo I e por pequena quantidade de proteoglicanas e glicoproteínas. As glicoproteínas do osso podem ter alguma participação na mineralização da matriz.
A associação de hidroxiapatita com fibras colágenas é responsável pela dureza e resistência do tecido ósseo. Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua forma intacta, porém tornam-se tão flexíveis quanto os tendões. A destruição da parte orgânica, que é principalmente colágeno, pode ser realizada por incineração, e também deixa o osso com sua forma intacta, porém tão quebradiço que dificilmente pode ser manipulado sem se partir.

TECIDO ÓSSEO PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
Os dois tipos de tecido possuem as mesmas células e os mesmos constituintes da matriz. O tecido ósseo primário é o que aparece primeiro, tanto no desenvolvimento embrionário como na reparação de fraturas, sendo temporário e substituído por tecido ósseo secundário.
No adulto é muito pouco freqüente, persistindo apenas próximo às suturas dos ossos do crânio, nos alvéolos dentários e em alguns pontos de insersão de tendões.
O tecido ósseo primário apresenta fibras colágenas dispostas em várias direções sem organização definida, tem menos quantidade de minerais e maior proporção de osteócitos do que o tecido ósseo secundário.
As crianças não podem carregar peso, pois a criança tem um osso menos organizado e que está se formando nessa fase de crescimento, e por isso um osso que é mais frágil e sua chance de deformar é muito maior.

No tecido ósseo secundário (ou lamelar), o osteoblasto produz o colágeno organizado em finas lâmina paralelas entre eles, e essa forma lamelar permite que o colágeno seja mineralizado, tendo menos osteócito, menos células sendo então um osso mais rígido e resistente.
As fibras colágenas se dispõe em camadas concêntricas em torno de canais que conduzem vasos e nervos, chamados de canais de Havers. Na diáfise dos ossos, as lamelas ósseas se organizam em arranjo típico, constituindo os Sitemas de Havers, os sistemas circunferências interno e externo e os sistemas intermediários. Os canais de Havers comunicam-se entre si, com a cavidade medular e com a superfície externa do ósseo por meio de canais transversais ou oblíquos, chamados de Canais de Volkmann.
Canais de Havers são canais que seguem um longo eixo com a função de conduzir vasos sanguíneos e nervos, a partir do momento que tem ramificações desses nervos tem-se canais colaterais que são os canais de Volkmann servindo de ligação e comunicação entre dois canais de Havers. A matriz óssea produzida foi depositada ao redor dos canais de Havers formando uma estrutura circunferêncial, que estará delimitando e circunscrevendo esse canal de Havers, característico de um osso lamelar ou maduro. Assim formam um sistema de lamelas concêntricas que se depositam ao redor de canais. Esse sistema de lamelas é chamado de sistema de Havers. À medida que o osteoblasto produz matriz formam camadas, pois enquanto ele está produzindo tem vários osteoblasto produzindo matriz ao mesmo tempo, e a produção de outros osteoblastos faz com que aquele fique preso na matriz constituindo então camadas.
Existem outros tipos de sistema lamelar. Sistema Circunferêncial Interno que está delimitando o canal medular. Temos também o Sistema Circunferêncial Externo que delimita externamente o osso logo abaixo do periósteo.
O osso mesmo sendo um tecido rígido, está sempre remodelando e modificando sua estrutura óssea. O Sistema Intermediário é o resultado da remodelação do Sistema de Havers.

HISTOGÊNESE
O tecido ósseo é formado ou por um processo chamado de ossificação intramembranosa, que ocorre no interior de uma membrana conjuntiva, ou pelo processo de ossificação endocondral.
A ossificação intramembranosa é um processo de ossificação que ocorre dentro de uma membrana conjuntiva e forma os ossos irregulares como os chatos do crânio, sendo um processo gradativo e constante. O processo começa no centro de ossificação primária em que ocorre diferenciação de células mesenquimais se transformando em osteoblastos que produz matriz e se mineraliza, formando o osteocito. Nas áreas que não ossificou irá formar a medula óssea vermelha, produtoras de células do sangue, além de constituir o endósteo e o periósteo.
Ossificação endocondral é o principal responsável pela formação dos ossos curtos e longos.
Essa ossificação tem inicio sobre uma peça de cartilagem hialina que vai sendo gradativamente substituído por tecido ósseo, essa ossificação ocorre dentro da cartilagem. Na cartilagem tem uma membrana (tecido mesenquimal) externa chamada de pericôndrio que fornece nutriente para os ossos. Com a presença de uma matriz óssea entre o pericôndrio e a cartilagem faz com que as células da cartilagem morram e dessa forma as lacunas ficam vazias e maiores. As cavidades ocupadas pelos condrocitos são invadidas por capilares sanguíneos e junto com os vasos tem a chegada de osteoclasto que tira a matriz e os osteoblastos produzem osso em cima da matriz, assim tem uma substituição da cartilagem pelo osso.
A ossificação dos ossos longos acontece primeiramente na diáfise chamado de centro primário em que tem um crescimento da periferia para o centro. Depois formam-se os centros de ossificação secundaria em que tem o crescimento radial das epífises, sendo estas banhadas pelo líquido sinovial e por isso os condrocitos da periferia se mantém e o centro se degenera. A área que se mantém cartilagem é entre a epífise e a diáfise dos ossos, chamado de disco epifisário ou cartilagem de conjugação.
A cartilagem de conjugação determina a parada do crescimento longitudinal dos ossos e é uma área de extensa modificação que vai proliferar e ser substituída por tecido ósseo. Esta se distingue em cinco zonas
1- zona de cartilagem em repouso, onde existe cartilagem hialina estando mais próxima da epífise.
2- zona de cartilagem de proliferação ou seriada, que por influência indireta de hormônios de crescimento os condrócitos vão proliferar, formando grupos isógenos (grupos de condrócitos que se dispõe em fileiras) expandindo a região, onde as células ficam empilhadas e achatadas.
3- zona de cartilagem hipertrófica, que apresenta condrócitos muito volumosos, com depósitos de glicogênio e lipídios fazendo com que as células morram (apoptose*).
4- zona de cartilagem calcificada: ocorre a mineralização dos delgados tabliques de matriz cartilaginosa e termina a apoptose dos condrócitos.
5- zona de ossificação, nessa região, sobre os restos de matriz cartilaginosa os osteoblastos depositam a matriz óssea formando o tecido ósseo.

PAPEL METABÓLICO DO TECIDO ÓSSEO
O esqueleto contém 99% do cálcio do organismo e funciona como uma reserva desse íon, cuja concentração no sangue (calcemia) deve ser mantida constante, para o funcionamento normal do organismo.
Quando temos a ingestão de grande quantidade de cálcio podemos ter uma transferência de um cálcio pro outro, passando de um osso para outro. Mais a partir do momento que temos uma carência muito grande ou um excesso de cálcio podemos ter um mecanismo hormonal A paratireóide produz o paratormônio que estimula o osteoclasto fagocitar o osso e o libera para que possamos usar. Se tivermos excesso de cálcio no sangue tem a mobilização da calcitonina que é produzida na tireóide inibindo o osteoclasto e faz com que o osteoblasto pegue os íons e produza matriz. Por isso é importante que se tenha um equilíbrio para que não tenha deficiências por faltas ou exageros.


ARTICULAÇÕES
Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto, através de tecidos conjuntivos, as articulações. Existe a diartrose que permite movimentos sendo encontrada unindo os ossos longos. As sinartroses com pouco ou nenhum movimento. Estas podem ser classificadas como sinostoses que são articulações que ficam entre os ossos do crânio, são imóveis e os ossos são unidos por tecido ósseo; as sincondroses presentes entre costelas e esterno com movimentos limitados, sendo as peças ósseas unida por cartilagem hialina; as sindesmose da tíbio-fibular inferior que tem algum movimento e nelas o tecido que une os ossos é o conjuntivo denso.



A osteomalacia está relacionada com desnutrição e osteoporose relacionada com questões hormonais.

2 comentários:

  1. Muito Obrigada, Mesmo sendo De Muito Tempo, Me Ajudou Muito, Vai Teer Muita Fama Isso!

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  2. Muito bom este texto tem tudo q presiso elaborado

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